Page 30 - Revista da Ordem - Edição 27
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pitoresco Ernani Buchmann
Evite o
consumo excessivo
Nem as restrições prescritas pelos médicos, muito menos as ameaças emitidas pelo próprio
corpo são suficientes para que o ser humano deixe de apreciar um gole de bebida alcoó-
lica. A marvada, estigmatizada como só ela, continua a ser parceira de bons e péssimos
momentos. Alguns engraçados, como os três episódios – digamos, jurídicos – a seguir.
Um dos grandes nomes do Direi- Posse em Subseção no interior. A solenidade arrastava-se, já pas-
to Civil no Paraná, professor da savam das 22h. O longo discurso do novo presidente local derra-
nossa mais antiga universidade, é um mava elogios ao antecessor e às virtudes da amizade. Chega por fim
emérito contador de histórias. Ainda a vez do presidente da Seccional. Já vendo os garçons chacoalhando
na faculdade, depois de garimpar di- as doses de uísque nos copos, o condottiere não titubeou:
versão em todos os cantos da noite
curitibana, ele e dois amigos entraram - A exaltação à amizade lembra-me Vinicius de Morais, que
em um bar da Cruz Machado, rua que considerava o uísque o melhor amigo do homem. Por isso, não pos-
não detém a melhor das reputações. so ver nosso amigo abandonado nos copos, lá no canto. É urgente
que eles sejam valorizados. Vamos brindar. Está encerrada a sessão.
- Por favor, me veja uma dose de
Velho Barreiro, pediu ao atendente,
naquele momento entretido em lim-
par o balcão com uma toalha imunda.
- Não trabalhamos com bebidas fi-
nas, meu jovem, respondeu o taverneiro.
Jantar de encerramento na sede da
OAB Paraná, em evento promovido
por uma entidade associativa. O pro-
blema estava em que o responsável pe-
los suprimentos havia calculado mal
a quantidade de vinho a ser servido.
Antes do início da comilança a des-
pensa já dava sinais de esgotamento,
suficiente para o sujeito entrar em pâ-
nico e pedir ajuda ao staff da Seccio-
nal. Mobilizaram-se algumas pessoas
para correr ao primeiro supermercado
aberto. Lá, se deram conta de que não
sabiam qual a marca nem a cepa dos
vinhos servidos. Ligaram, então, para
o tal intendente. Telefone fora de área.
Tentaram o presidente da entidade.
Idem. A solução foi ligar para o vigia,
que se despencou à copa e voltou com
o nome estalando na ponta da língua:
- Dr. Ambrósio, o nome do vinho
é Reservado.
30 | maio | 2016 | REVISTA dA ORDEM