Page 11 - Revista da Ordem - Edição 40
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Os 800 lugares do auditório                                                            2017 | agosto | REVISTA dA ORDEM
Mário de Mari, na FIEP, foram
tomados pelos advogados na
abertura da Conferência

advogado, e não para auxiliar”, disse.           A nossa conferência traz
    Para Noronha, a conferência traz a           a multidisciplinaridade
                                           necessária para termos uma
chance de enxergar o futuro e se prepa-    visão global da nossa
rar para ele. “O futuro já chegou, a in-   atividade, as perspectivas e
teligência artificial promete inclusive    desafios. A chance de
ceifar centenas de postos de trabalho.     enxergarmos um
Se a crise na advocacia precisa ser de-    futuro e para ele
batida, a crise da justiça nos afeta como  nos prepararmos.”
profissionais e deixa marcas indeléveis
em uma sociedade que precisa urgen-        José Augusto Araújo
temente de segurança jurídica para se      de Noronha
desenvolver”, afirmou Noronha.
                                                 A lei não é
Em busca de respostas                            plenipotenciária,
morais. Com bom humor e me-                mas também não pode
                                           ser o que qualquer um
táforas sarcásticas, o advogado Lê-        quer que ela seja.”
nio Streck proferiu a palestra magna
“Quanto vale o advogado na equação                                   Lênio Streck
da justiça?”. Ele criticou a busca por
respostas morais que implicam em
deixar a norma de lado. “Podemos,
como advogados, apenas emitir opi-
niões morais? Até podemos. Dá nis-
so que está aí: promotores, juízes
e advogados esquecendo a norma e
expondo suas opiniões nas redes so-
ciais”, alertou o jurista.

    “Por que o juiz pode, nos autos,
dizer onde está escrito X leia-se Y?
Por que onde está escrito presunção
da inocência o juiz pode dizer outra
coisa? É uma jabuticaba, coisa que só
ocorre no Brasil. Se o açougueiro, in-
vocando seu conhecimento e tradição
nos afirmasse que picanha é maminha
refutaríamos veementemente. Por
que aceitar isso do Judiciário?”, insti-
gou. “A lei não é plenipotenciária, mas
também não pode ser o que qualquer
um quer que ela seja”, declarou.
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